sábado, 17 de abril de 2010

AUTO-RETRATO




Ó, meu grande bem
Pudesse eu ver a estrada
Pudesse eu ter
A rota certa que levasse até
Dentro de ti

Ó, meu grande bem
Só vejo pistas falsas
É sempre assim
Cada picada aberta me tem mais
Fechado em mim

És um luar
Ao mesmo tempo luz e mistério
Como encontrar
A chave desse teu riso sério

Doçura de luz
Amargo à sombra escura
Procuro em vão
Banhar-me em ti
E poder decifrar teu coração

És um luar
Ao mesmo tempo luz e mistério
Como encontrar
A chave desse teu riso sério

Ó, grande mistério, meu bem, doce luz
Abrir as portas desse império teu
E ser feliz

"Luz e mistério" (Beto Guedes e Caetano Veloso)

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quarta-feira, 14 de abril de 2010

RIO: O DESESPERO URBANO


Essa merece registro.

Saí da Mangueira às duas da tarde. Precisava ir até a Rua México, no Centro, a fim de pagar o aluguel do apartamento. Precisava ir até lá porque o aluguel vencia no dia 5 e o boleto só chegou no dia 9. Por que o atraso? Porque nos dias anteriores a cidade parou e nem o correio entregou a correspondência.

A multa pelo atraso? Azar o seu, cidadão.

Saio da Mangueira às duas da tarde. Precisava também ir até o Recreio. Sendo assim, sabendo do completo caos dos transportes no Rio, achei prudente sair bem cedo. Para não ter erro, fui até a Rua México de táxi. Gastei 15 reais, apenas porque os ônibus demorariam demais. Para escapar do absurdo dos ônibus, só desembolsando um valor sete vezes maior do que o da passagem.

Peguei o táxi e, mesmo assim, levei meia-hora para cobrir uma distância que levaria dez minutos.

Na Rua México, no prédio da imobiliária, apenas um elevador funcionando. Dez minutos na fila. E todos quietos, olhando para baixo. Subi, cuidei da coisa e desci.

Cheguei à Cinelândia às dez para as três da tarde.

Sentei no ponto, acendi um cigarro e fumei-o inteiro.

Peguei então um ônibus em direção ao Recreio, já que um táxi chegaria talvez aos cem reais. Cem reais me pareceram um pouco demais para conseguir cumprir meus compromissos em paz. Então peguei o ônibus.

Entrei no ônibus às três da tarde. Cheguei no Recreio às cinco e meia. Sim, foram duas horas e meia dentro do ônibus, do Centro ao Recreio.

E não, não havia chuva nenhuma para que nossos governantes e nossa grande imprensa pudessem culpar. O Rio de Janeiro está assim mesmo.

Confesso sem culpa que tive muita vontade de chorar. Oceanos de carros particulares, todo mundo preso por todo mundo, Mercedes-Benz engarrafados ao lado de fuscas, ao lado de ônibus, de táxis, de motos. Todo mundo preso.

Na Barra, ainda outra tortura: a quantidade de voltas que o ônibus dá deixa mais do que claro que os itinerários atendem basicamente à sanha de lucro das empresas, e não às necessidades dos cidadãos. Surpresa nenhuma, em uma cidade (um país) completamente controlado por máfias. Todos sabem que todas as linhas de ônibus do Rio de Janeiro são monopólios de apenas uma empresa. No Rio, há diversas empresas de ônibus, mas elas não competem entre si. Sim, é um cartel. Sim, é uma bandidagem total.

Finalmente, cheguei a meu destino, no Recreio, às cinco e meia da tarde. Não adiantou ter ido. A pessoa que eu deveria encontrar foi-se embora às cinco em ponto.

Sim, foram duas horas e meia dentro de um ônibus à toa.

Resolvi poucas coisas no Recreio e comecei a caminhar pela rua, deserta, a não ser por carros particulares engarrafados. Nem asfalto decente o lugar tem, apesar da infindável quantidade de condomínios de luxo que se erguem a cada dia. Bom, mas nada demais: se nem rede de esgoto esses empreendimentos de luxo possuem... Jogam as fezes dos emergentes direto nas lagoas... Aliás, asfalto para quê? Calçada para quê? Quem anda a pé por ali, a não ser as empregadas domésticas?

Depois de alguns minutos sem avistar qualquer ônibus, eis que surge um daqueles famosos "frescões". Fiz o sinal.

O preço da passagem? Nove reais e cinqüenta centavos. Sim, certos ônibus custam R$ 2,35, enquanto outros custam R$ 9,50. O critério? Ah, vá: você não sabe que todas as coisas no mundo custam simplesmente o máximo que o dono do negócio se vê capaz de cobrar?

Pois então. Nove reais e cinqüenta centavos. Sim, o preço era esse. Procurei pelo cobrador. Não havia cobrador. O dono da empresa se vê no direito de cobrar quase dez reais por uma passagem e ainda demite o cobrador.

Sem cobrador, a cada pessoa que embarcava, o motorista parava, contava o dinheiro, dava o troco, passava a marcha e recomeçava tudo a 1 quilômetro por hora.

É um absurdo, mas é compreensível: maximizar lucros, minimizar custos. Além disso, um cobrador desempregado é um novo motorista em potencial. Assim, além de concentrar mais dinheiro em suas mãos, o empresário pode prescindir de aumentar o salário dos motoristas.

É óbvio: um exército de cobradores desempregados aumenta bastante a demanda por emprego, o que faz o valor dos salários, segundo a lógica demoníaca do "livre comércio" (hahahahaha! Livre!)... Ai, ai. Nem consigo terminar a frase.

Em suma: se há um monte de motoristas em potencial querendo um emprego, o dono da empresa simplesmente não precisa aumentar salário nenhum! Não está satisfeito com seu emprego de motorista? Dane-se. Tem quem queira.

Agora são sete e meia da noite. Depois da volta no frescão, conduzido por um motorista que esfregava em minha cara que não aceleraria nem um quilômetro a mais, já que atendia aos horários estipulados pela empresa, consigo chegar em casa.

Hein? O que quero dizer com tudo isso? Não sei. Acho que quero dizer que hoje fiquei por um fio de simplesmente cair no choro. Em público.


Mas já que estou aqui, vou narrar também minha ida ao trabalho.

Oito horas da manhã. Onde está o ônibus? Não passa.

Até que passam dois ao mesmo tempo. A linha 474 tem esse cacoete mesmo. Passam dois ônibus juntos, e sempre pela pista de fora. É uma gracinha deles.

Perdi ambos os ônibus e precisei pegar um táxi. Normalmente, essa viagem custa simbólicos (!) R$ 25. Calcule vintecinco reais multiplicados pelos dias úteis do mês. Depois compare com o salário que o governo do estado me paga. E depois ria, é claro.

Chegando a meu destino, a Mangueira, reparo que o taxímetro já está em trinta reais. E olha que a tabela já mudou mais uma vez. Trinta dizia o taxímetro. A tabela já dizia trintepoucos.

A vinte metros de onde eu pararia, arranho a garganta e dirijo-me ao motorista.

- amigo, não me leve a mal, mas seu taxímetro está funcionando direito?

O cara congelou.

- por quê? qual o problema?

- o problema é que faço esse caminho sempre e, ao final, dá R$ 25.

- ah, então está bom. paga R$ 25 mesmo.

Ou seja: taxímetro? pfff...


Conto ainda mais outra, essa ocorrida com um amigo de um amigo, que me contou em detalhes, mas que pode ser ficção também. Tem até personagem.

Jorginho gosta de fumar um baseadinho. Não conhece traficantes, não tem contato com essa gente e acaba pedindo que outro amigo, mais moreno, mais camuflável em meio à pobreza afrodescendente, suba o morro e faça o serviço por ambos.

Jorginho estava trabalhando e recebeu um telefonema do amigo, que avisava não ter conseguido a erva.

Combinaram então de encontrar-se perto de onde eu trabalho, ali, na Mangueira.

Encontraram-se diante da quadra da escola de samba. Conspiraram um pouco e decidiram acessar uma outra entrada da favela. No caminho, foram abordados por um carro da Polícia Militar.

- boa tarde. os senhores estão portando alguma substância entorpecente?

Jorginho, sempre educado, respondeu.

- não, senhor. não temos nada não. houve algum problema?

- bem, não têm nada aí? posso descer e revistar?

- pode sim, mas o senhor vai perder seu tempo. não temos nada.

Diante disso, os policiais resolveram deixar quieto e partiram adiante.

Alguns minutos depois, voltavam mais uma vez.

- é que ficou uma dúvida. os senhores se importam se forem revistados?

O que você diria, amigo? Sob a mira de uma metralhadora.

Pois Jorginho nem titubeou, desprovido de narcóticos que estava.

- podem revistar. fiquem à vontade.

Desceram, revistaram ambos e encontraram um pequeno baseado no bolso do amigo de Jorginho.

- já começou a aparecer! agora nós vamos proceder para a delegacia e seu amigo vai ser enquadrado no artigo 28. o senhor vai servir de testemunha.

Jorginho, que não é do crime e nem da polícia, franziu a testa.

- o que é o artigo 28?

- posse e bla bla bla.

- puxa vida, o senhor vai mesmo desgraçar nossa vida por causa desse baseadinho?

- por gentileza, entrem na viatura.

Entraram no carro dos policiais. Algumas voltas sem sentido e o policial vira-se para trás.

- vocês querem ir para a delegacia?

A resposta veio em uníssono.

- não...

- então vamos ver como podemos resolver isso.

Jorginho aguardou, mas seu amigo logo entendeu.

- quanto você tem aí, Jorginho?

- vinte reais.

Jorginho tinha sessenta reais, mas não era pai de ninguém.

- beleza, tenho vinte também. quarenta reais resolvem para os senhores?

Em silêncio, o policial apanhou os quarentas reais e guardou no bolso.

Não, não liberou Jorginho e o amigo imediatamente. Antes disso, para surpresa de ambos, abriu o porta-luvas da viatura da polícia, pegou uma quantidade de maconha que, no mercado das favelas, custaria dez reais e a vendeu por quarenta.

Sim, vendeu-a a Jorginho e ao amigo. E vendeu pelo quádruplo do preço.

Jorginho e o amigo então desceram, com a maconha vendida pelo policial nos bolsos, entraram em um bar, dividiram a erva discretamente, como dois cavalheiros discretos, e seguiram cada um para sua casa.

Pronto: este é o Rio de Janeiro de verdade. Curtiram?

Boa noite.

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sábado, 10 de abril de 2010

POLÍTICA: TEATRINHO DE PEDREIRO


Amigos,

digo algo aqui que, de primeira, pode parecer um balde d'água fria. Acho, porém, que uma pesquisa profunda e uma reflexão também demorada podem levá-los a literalmente "deixar para lá" ilusões que nos foram incutidas e que não nos fazem bem nenhum.

Até o século 18, a maior parte do que chamamos de Ocidente estava nas mãos de monarcas, que herdaram "suas" terras de seus antepassados. O merecimento era o sangue de família e o processo de conquista era a guerra.

Não sei se sabem: a coroa do rei é uma representação do chacra coronário aberto. O cetro é a coluna vertebral ereta. O manto é a proteção que recai sobre o iluminado. Ou seja: esses monarcas eram CARICATURAS de iluminados, postas ali para iludir o resto das pessoas.

No século 18, um grupo de místicos, herdeiros dos famosos Templários, organizaram-se em uma sociedade hoje chamada "discreta" e foram dando golpes de Estado por todo o planeta. Por mais que se escondam por trás de discursos bonitos, esses homens recrutam seus novos membros não por elevação espiritual, mas por prestígio, vaidade e por qualquer fraqueza que lhes seja útil.

Fizeram "revoluções" enquanto quiseram e logo depois transformaram-se no máximo do reacionarismo que poderiam. A "esquerda" virou "direita" já no século 19.

Quando Napoleão Bonaparte declarou-se imperador, o discurso mentiroso dessa gente veio abaixo. Até Beethoven retirou homenagem ao novo monarca.

Ali, Beethoven disse:

"compus uma música para um revolucionário, não para um tirano".

Esse pessoal, que, na época dos Templários, INVENTOU OS BANCOS, acabou por se utilizar das idéias de alguns teóricos (iluministas) e INVENTOU O QUE CHAMAMOS HOJE DE POLÍTICA.

São sócios. Donos de empresas que patrocinam seus próprios candidatos e contam com o discurso de outros sócios, donos de empresas de comunicação.

É um teatrinho. Não percam seu tempo lutando contra isso. Prestem atenção ao mundo de verdade, que não se baseia em leis e em cinismos do discurso, mas sim na NATUREZA.

O homem, em estado puro, é um bicho como qualquer outro. Só será possível organizar a espécie quando mudarem de dentro para fora.


Não cito o nome das feras, mas todos os conhecem. Só não sabem até onde vai o "poder" deles.

Não adianta perguntarem se estou falando desses ou daqueles. Não posso confirmar ou negar o nome deles. Certa vez, passei por uma situação que prefiro não divulgar e acabei por fazer um juramento.

Dito isso, deixo a critério de cada um.

Paz e luz.

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sexta-feira, 9 de abril de 2010

ESTRÉIA SOBRE A CEGUEIRA


Desde que os meios de comunicação encontraram o grande filão da civilização maia, em relação ao vindouro ano de 2012, virou moda falarmos de coisas que, até então, eram papo de maluco, de místico, de religioso.

Há quem creia ou mesmo diga que vive na prática esferas da existência para além da material. Há quem negue tudo isso veementemente e diga que vive aqui, neste mundo aqui, lidando com as coisas daqui.

Eu, pessoalmente, acredito poder resumir a questão ao seguinte:

pensem em uma pedra de gelo.

O gelo, como sabemos, é um estado condensado da água. Analisando uma pedra de gelo, colocada sobre uma mesa, veremos que há ali um corpo sólido, do qual mina água em estado líquido, além de todo o vapor que podemos enxergar.

Olhando uma pedra de gelo, flagramos ao mesmo tempo três estados da matéria.

Se olharmos com pressa, veremos apenas o sólido. Com mais atenção, notamos a água que escorre da pedra. Com ainda mais dedicação, veremos o vapor subindo.

Podemos falar sobre o mundo partindo do etéreo ou do concreto. Em ambos os casos, estaremos tratando de estados físicos das mesmas substâncias, forças e energias.

Compreendo que, para o homem comum, ainda que ele enxergue o mundo e lhe atribua significado usando algo que não é concreto - a consciência - seja mais fácil falar sobre o que se pega com a mão.

É a partir daí que venho à máquina e exponho claramente uma situação bastante palpável: estou falando sobre a sua vida.

Sim, a sua vida. A minha e a sua.

Eu poderia aqui dissertar sobre a imensa nuvem negra que muitos sentem sobre a cidade, sobre o estado, sobre o planeta. Poderia falar sobre o nível geral de agressividade, que sobe dia a dia, incentivado pelos discursos que nos chegam pelos sete buracos da cabeça.

Trazendo o mundo mais para perto, porém, quero deixar registrado o seguinte, a fim de que a posteridade encontre essas idéias ordenadas e que as pessoas possam ter alguma fonte de informação, de raciocínio, que não esteja comprometida com nenhum interesse escuso:

no Rio de Janeiro,

na segunda-feira à noite, quando a chuva começou a cair fortemente, eu estava no Maracanã, o palco da Copa, das Olimpíadas, atrativo de tantos 'investimentos'.

Fiquei ilhado na passarela do metrô.

Resolvi então pegar o metrô. Única alternativa. Encontrei ali a maior fila que já vi na vida.

Depois de horas, cheguei ao guichê. Dos DEZ que havia ali, apenas UM estava funcionando.

Ao mesmo tempo, havia mais de dez seguranças patrimoniais no local, garantindo que ninguém borrasse a maquiagem do metrô.

Fica clara a visão que esses caras têm do serviço que prestam?

Havia um caos, sim, mas não era causado pela chuva.

Outro dia, todos viram funcionários da Supervia CHICOTEANDO os cidadãos que tentavam embarcar nos trens sub-humanos da Supervia.

Agora, o governador Sérgio Cabral Filho renovou o contrato com a Supervia. DOZE anos antes do previsto.

Quando houve aquela palhaçada manipuladora do petróleo, o argumento "do Rio" para ficar com a grana foi "respeito aos contratos assinados". Ou seja: não existe NADA mais importante para esses canalhas do que as negociatas que travam entre si.

Agora o Rio veio abaixo. E tanto o governador quanto o prefeito Eduardo Paes e a Globo culpam a NATUREZA pelo estado do local.

E mais: em relação a Niterói, a Globo foca no prefeito (do PDT). Em relação ao Rio, tenta jogar a 'culpa' para o governo federal. Como se não tivéssemos prefeito e governador.

Francamente? Não consigo me ocupar de temas mais amplos. Digo isso tranqüilamente, sem embates. O fato é que estou vendo todo mundo cego demais. Acostumado demais a ser tratado como bichos.

Acho que devíamos começar pela nossa rua, pelo caminho de casa até o trabalho... Depois de recuperarmos nosso caráter de seres humanos, aí sim, poderíamos teorizar.

Obrigado e não me levem a mal. Estou tentando com afinco separar meu karma do karma coletivo.

Por enquanto, o que faço é sentar no morro da Mangueira (palco da tragédia) e escrever um livro sobre Agenda 21 para crianças pobres.

Quem sabe se, traçando uma trajetória inversa à desses bandidos, a vida me aponta um caminho distante deles?

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sexta-feira, 2 de abril de 2010

A SÍNTESE DO HOMEM


Anos atrás, o orkut me presenteou com uma frase sensacional, que tomei como algo acerca da condição humana:

"todos ganham presentes, mas nem todos abrem o pacote".

Achei perfeita. Sintética, hermética, me fez coçar a pineal e agradecer ao autor desconhecido.

Já o autor citado abaixo é de notoriedade merecida.

O Rajneesh já disse e resumiu bem maneiro:

"O homem surge com todo o potencial de ser um Deus, mas permanece um animal, simplesmente porque se apega a energias cruas. Ele nunca tenta mudar essas energias cruas para uma forma mais refinada.

Elas podem ser mudadas: a raiva pode virar compaixão — apenas precisa passar pela meditação —, a ganância pode virar partilha, a luxúria pode virar amor, o amor pode virar oração.

No entanto, vivemos no último degrau da escada, vivemos onde nascemos. Nunca pensamos em nós mesmos como seres humanos potenciais. Subestimamos a vida, como se já nascêssemos inteiros, completos, perfeitos.

Mas isso não é verdade.

Nascemos com capacidade para ser perfeitos, nascemos com potencial para chegar ao pico mais alto. Mas é só um potencial — tem de ser concretizado. E para concretizá-lo precisamos de uma certa metodologia.

Certa ciência é necessária, e é a ciência da meditação. Não é uma ciência complicada, é muito simples. Mas às vezes acontece que perdemos a coisa mais simples da vida. Perdemos o óbvio, porque estamos sempre olhando para longe.

Somos sempre atraídos pelo distante, pelo longínquo, enquanto o mais próximo está sempre disponível.

Quando você se voltar para dentro, ficará surpreso pelo fato de isso ser um fenômeno tão simples e, no entanto, de tamanha beleza — a maior alegria possível, o maior desabrochar possível. Como você pôde perder isso por tanto tempo?

Você nem conseguirá explicar para si mesmo por que e como esperou tanto. E é um fenômeno que pode transformar todo o seu ser em outro".


Osho, em "Meditações Para a Noite".

Feliz Páscoa a todos.

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