quarta-feira, 31 de março de 2010

APOCALYPSE LATER


Sentou-se e escreveu.

"Puxa, não sabia sobre o Hélio... Meus pêsames a todos.

Acho que só estive com ele uma ou duas vezes, mas ele foi bastante simpático e gentil comigo. A Dulcinha também só vi poucas vezes, mas ela foi ainda mais legal comigo. Lamento mesmo. Coisas da vida, né? Todo mundo tem sua hora... Espero que ele tenha ido em paz e que esteja num lugar legal.

Você vai ao almoço do tio Armandinho? Eu estou pensando em ir, ainda que isso vá me ferrar ainda mais nos trabalhos que tenho que fazer. Além daqui, da Mangueira, tenho dois frilas para fazer. Um deles já estourou o prazo há semanas. É, por enquanto, a vida aqui está caótica. hehehe. Mas vai ser legal se você for... Talvez eu dê apenas um pulo lá, para dar abraços e coisa e tal. Veremos.

Sobre seu pai e sobre a retirada dele da civilização... Eu penso em algumas coisas. Olha só: se eu me mudo para São Paulo e me inscrevo em um curso de inglês, fatalmente, depois de uns meses, vou ter novos amigos. Na minha sala de aula, vou encontrar um cara gente-boa, um cara arrogante, uma menina romântica, outra amarga, vou encontrar alguém que vai se tornar meu "opositor", vou encontrar um confidente...

Talvez, na cidade grande, alguém te faça um favor ou te puxe a perna com um português perfeito, cheio de regras de etiqueta. Talvez, no meio do mato, alguém te faça um favor ou te puxe a perna cheio de erros de concordância. Mas serão sempre pessoas, com sentimentos universais, com preconceitos, com virtudes... Ando achando que o ser humano é uma coisa só e só muda de endereço, de gosto para se vestir etc.

Vira-e-mexe, eu comento com amigos que, no ser humano, hoje em dia, só me interessa o coração.

Vê um exemplo: eu estou há vááááários anos estudando sobre política. E quando eu chego a uma festinha e ouço gente super intelectualizada (em suas áreas específicas) querendo discutir política, brigando por política, se ofendendo por política, botando a si mesma para baixo por política (como acontece com esses e-mails que falam mal do brasileiro, do presidente etc.), me dá vontade de ficar calado. Ora, eu sei o que estudei, sei o que vejo por aí e não vejo proveito em ficar trocando coisas "inteligentes" por aí.

Nesse sentido, talvez o seu pai pense parecido. Já viveu muito, já conheceu muita coisa e se cansou do papo-furado das pessoas. hahahaha. Acho coerente mesmo...

Acho que essas coisas são muito pessoais, muito subjetivas, mas a impressão que eu tive dele e da vida dele em Uarini foi um pouco diferente do que acho que você vê... Não achei que ele vive de um jeito tããããããão descolado do mundo assim. Sério. Lembro, por exemplo, que lá eu não estava a fim de ver TV, mas ele via o Jornal Nacional todo dia. Nem eu tenho mais esse hábito tão arraigado. Gosto, mas tenho consciência da perda de tempo que são essas coisas.

Em resumo, acho que o ser humano, em geral, é tosco. Conheço gente muito pobre e cheia de valor, e conheço gente rica, cheia de coisas materiais, mas que, até por isso mesmo, vive distraída das coisas que importam e das outras pessoas, pensando apenas em aparências e coisas assim.

Fora que há um dado nisso tudo que a gente não pode ignorar: de tempos em tempos, fala-se no "mal do século". Esse mal já foi a peste negra, já foi a tuberculose... Hoje é o quê? DEPRESSÃO. Ora, se a civilização sofre de depressão, acho que isso é um indício de alguma coisa. Cada vez mais, vejo gente neurótica por aí, internalizando os valores feios que são difundidos à força - o lucro, a vantagem, a competição, o egoísmo, o consumismo, o estresse e a animalidade dos engarrafamentos etc. etc. etc.

Sinceramente? Muito pouca coisa ainda me une à "sociedade". Ainda mais quando eu vejo o seguinte: é tudo uma selva e salve-se quem puder contar com um apoio legal para usar como trampolim. No meu caso, mesmo tendo nascido no meio de gente rica, bem de vida, fui forçado desde sempre a notar esse lado obscuro das pessoas. Nas ruas, vejo a selva. Em casa, vi a selva também. Não me parece surpreendente que eu mesmo esteja rumando para fora disso tudo. Não sei do que as pessoas atualmente estão atrás. Mas estou vendo quase todo mundo se relacionar de maneiras horrorosas, jogar a vida fora em nome de aparências e de um futuro que não chega nunca.

Em suma: você conhece seu pai milhões de vezes mais do que eu. Mas do pouco que vi, acho que compreendo sim... Não sei sobre a parte de as pessoas o estarem isolando. Isso eu não sei. Da minha parte, isso não acontece. Sou fã dele.

Fora o fato de que ele foi pro mato, mas vive quase como "coroné" daquilo lá. Não virou um monge asceta, morando debaixo da árvore e se alimentando de doações, né? Ele tem carro, tem meia-dúzia de "serviçais"... Acho bastante parecido com o pai DELE. Se a gente for pensar, as gerações de orgulhosos doutores da nossa família se originaram de um coronel tosco e bronco do interior. Não vejo contradição... Mesmo meu avô Hamilton tinha umas fantasias com o campo. Até onde eu sei, a fazenda da tia Ercília rolou por causa dele. E até onde eu sei, ele só não se enfiou por Brasília, Goiás etc. porque minha avó Risoleta não quis ir pro mato.

O lance do meu trabalho, é isso aí mesmo... Acho que apareceu um horizonte novo por aqui. Vamos ver com o tempo até onde isso vai. Vou continuar estudando para o Itamaraty, no ritmo que der, e vamos ver o que acontece.

Mas é isso aí. Se você for no tio Armandinho, muito provavelmente vamos nos encontrar.

Um beijo!!!!"


Quase todos os nomes são ficcionais.

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quarta-feira, 24 de março de 2010

"COMO POSSO SEGUIR ADIANTE, SE NÃO SEI EM QUE DIREÇÃO ESTOU INDO?"


Às vezes olhamos para trás e concluímos que certas passagens de nossas vidas foram realmente clássicos, determinantes de tudo o que se passou depois.


Normalmente, vivemos distraídos da vida, focados em eventos microscópicos, digladiando-nos com inimigos insignificantes, obcecados com resultados que, por mais que nos elevem o ego por um instante, dissolvem-se na estrada da vida como a mais fina e desconsiderável poeira.

Perdemos tempo com tantas besteiras e depois concluímos que a vida passou diante de nós.

O grande John Lennon, "some kind of druid dude lifting the veil", como se auto-intitulou na bela e significativa canção "Mind Games", já disse certa vez:

"a vida é o que acontece enquanto você está ocupado, fazendo planos".

Esse é o espírito.

Este ano, estive na Amazônia. Voltei desnorteado. Agora escrevi uma carta a uma prima, filha do tio-avô que me recebeu de braços abertos no meio da selva.

"Oi, querida!

Não se preocupe com a "demora" do e-mail. Estou agitando mil coisas ao mesmo tempo e nenhuma ansiedade decorreu dessa demora. Até porque estou falando de um assunto bem sério, de uma vida inteira. Não esperava resolver nada de sopetão. Fique realmente tranqüila. Adoro você e continuo adorando todos os nossos contatos.

Mas a questão é a seguinte: estou realmente pensando em abandonar a vida de cidade grande. Hoje em dia, tem muito poucas coisas materiais que me interessam. Preciso ter um teto, preciso de NATUREZA POR PERTO, preciso de calma, preciso comer o mínimo para me manter de pé e GOSTO MUITO apenas de internet, de uma TV com os canais básicos (nem assino mais a NET), um fuminho básico e na hora certa (que pretendo aprender a plantar, para não depender de ninguém)...

Nada além disso. Nada mesmo. O que vai além disso é minha arte, que vou continuar a compor, escrever, cantar, tocar, fotografar etc. pela vida toda. Pretendo inclusive aprender a plantar uma hortinha. Não quero depender do mundo para me alimentar. Quero depender da terra, que é como as coisas realmente são. Não foi nenhuma empresa que me trouxe à vida e não quero mais ter de sustentar empresas para me manter vivo. Cansei.

Uma primeira idéia que me ocorre é fazer um concurso qualquer e pedir transferência para o interior (ou para alguma praia). Ainda não seria o ideal, porque não acho tão boa a idéia de passar a vida amarrado a um compromisso no qual não acredito. Tanto menos quando o dinheiro viria dos cofres públicos. Não simpatizo muito com a idéia de mamar nas tetas do governo. Mas por enquanto é a primeira opção que me ocorre.

Agora me mudei para o Rio de Janeiro mais uma vez. São Paulo se mostrou "pesada" demais para mim, principalmente depois de ter voltado da Amazônia. O choque foi grande demais. Vi que aquilo, a cidade daquele tamanho, com tantas coisas atreladas, com tantos atravessadores e intermediários em tudo o que você quer fazer, com tantas leis mentirosas, com tanto jogo sujo entre política e empresas, com tanta mídia mentindo e tentando fazer o caos parecer mais bonito, não é vida para mim.

Então o que acontece é isso: estou pensando profundamente nisso tudo. Talvez fosse bom voltar a Uarini e trocar umas idéias com o tio Manoel. Fiquei realmente apaixonado por ele (no melhor sentido, é claro, quase que como NETO dele) e queria muito ouvir o que ele pensa.

Agora estou completamente duro, mas pretendo juntar uma grana e tentar voltar lá em breve. Talvez ainda este ano. Por mim, não fossem compromissos de trabalho, eu voltaria lá agora. Voltaria hoje. A mochila eu faço em cinco minutos.

Ainda falando sobre trabalho, te conto que continuo trabalhando com texto. Agora voltei a trabalhar na Mangueira. Lembra que comentei com você sobre a Mangueira? Então. Voltei para lá. Estou novamente trabalhando com educação pública, algo que me dá um prazer bem grande. Eu escrevo aulas. Ajudo os professores a passar o conteúdo pra galera. É uma universidade a distância. Ligada à UAB (Universidade Aberta do Brasil). É um projeto do saudoso Darcy Ribeiro. Atende ao país todo.

(trecho com informações familiares sigilosas)

Mas é isso. Obrigado mesmo por responder. Estou aqui com um milhão de pensamentos, mas estou com um clima bem legal. Quanto a isso, fique tranqüila. Felizmente, já consigo separar bastante as coisas todas. Não é o fato de eu estar paupérrimo, por exemplo, que vai me impedir de ir à praia, namorar e ser feliz. Só estou filtrando e separando o que vale a pena e o que não vale a pena.

Um enorme beijo. Estamos aqui.
Carlos Gustavo".

O título do texto foi retirado da canção "How?", de John Lennon.

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terça-feira, 23 de março de 2010

MINHA NOVELA DAS OITO


Calcei um par de havaianas, vesti um short adidas, uma camiseta hering, atravessei o túnel a pé e fui até o shopping, buscar a revista com minha foto de modelo.



Agora eu sei o que essa gente sente, circulando só de chinelinho pelo mundo do glamour.



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domingo, 21 de março de 2010

O SEXO DO RAIO X


- ...já não creio em nada disso.

- mas então de que forma a coisa mudaria?

- de dentro para fora.

- hum. entendi.

Captei a frustração.

- que foi? esperava que eu dissesse o quê?

- nada. é que não acredito em nada de dentro para fora.

- hahaha. vou adorar ouvir sobre isso.

- acho que é tudo socialmente construído. tudo de fora para dentro.

Silenciei e sorri. Olhei para baixo, traguei longamente, enchi os pulmões, prendi, sorri mais uma vez. Ela reagiu.

- hum, em que você está pensando?

- ...

- que eu sou o seu oposto, não é?

- exatamente. a palavra é "oposto". mas acontece o seguinte: diferente da sua idéia de que tudo é construído, e segundo a qual a chamada realidade pessoal será também fruto de construção, algo que pressupõe e até incentiva o conflito diário, material, a fim de livrar o homem da realidade anterior que o aprisiona, eu não acredito mais em choque.

- não acredita em choque?

- não. hoje eu vejo opostos como peças que se encaixam perfeitamente. não vejo choque; vejo complemento.


Momentos depois, após algumas boas variações, surgia um nítido movimento físico de gangorra que se repetiu por várias investidas suadas, com banhos frios e quentes nos intervalos, até que ambos caíssem em êxtase e dormissem abraçados, sem que ninguém precisasse propor.

Separados, tudo parecia a mais pura incompletude.


Toda hora comento aqui, direta ou indiretamente, sobre minhas práticas diárias, sobre minhas teorias, observações, dúvidas e sacações.

É bem claro em mim o tipo de objetivo que pretendo alcançar com isso tudo: nada ligado a status ou a algo que melhore minha própria vida em termos práticos.

Felizmente, consegui chegar a um ponto em que, materialmente, tudo de que realmente preciso é uma cobertura física contra intempéries e um mínimo de alimento e água, apenas a fim de que meu corpo não caia pelo chão como um saco vazio.

Para além disso, tudo o mais é paisagem. Tudo além disso é turismo.

Quando me mudei para o Rio desta vez, estava a um pequeno passo de me unir de forma mais ampla a um certo grupo de monges hindus, herdeiros das idéias do grande e bom Sri Anandamurti. Mantenho com um deles, até agora, uma boa conversa por e-mail. Cada um dedicado a seus afazeres, mas tentando a todo custo perceber a brecha certa para que nos encontremos mais uma vez.

Herdeiros das idéias. Idéias que me surgiram espontaneamente e que, tempos depois, foram sendo repercutidas por um amigo que, um por vez, me encaminhava textos do velho sábio, mostrando que alguém, muito tempo atrás, havia dito as mesmas coisas que eu.

Sempre que decido pôr algo para fora, em palavras, hesito severamente. Penso que talvez seja tudo compreendido como piada, penso que talvez seja entendido como doideira ou mesmo pura exibição estética, em uma época em que as coisas param na forma e ninguém dá por falta do conteúdo... Penso, penso e acabo pensando bastante a cada linha.

Não sei se o que digo ou vivo e passo adiante pode realmente ajudar os demais. Não sei em que ponto de suas auto-descobertas estarão os amigos. É bem freqüente a impressão de que falo sobre temas abstratos demais.

Sendo assim, desta vez, desço à Terra por alguns instantes e toco em um ponto sensível. Talvez, fazendo a coisa como ofereço a seguir, por mais que esteja indicando aqui um caminho torto, eu possa ajudar a quem quer ou acredita que quer ser ajudado.

Ajudado em quê? Na dura tarefa de adaptar-se a um mundo... irregular e, além disso, semear por aí algo que aponte para um futuro melhor - para si mesmo e para todos os que estão em volta.

Desta forma, sem me alongar mais do que já fiz, saibam todos:

concentração, meditação, foco, compaixão, o olhar atento sobre si, sobre os outros e sobre todas as coisas...

reflete-se diretamente no sexo.

Sim, reflete-se diretamente no ato sexual.

Como? De que forma? O que passa a acontecer?

Bem, siga o caminho e veja por si só.

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segunda-feira, 15 de março de 2010

SHAKYAMUNI E A IDADE DE CRISTO


Hoje, às novequinze da manhã, alcancei a marca mística dos 33 anos de idade.


Lembro vagamente de um episódio do Chaves.

Não o Chaves venezuelano, mas sim o Chaves do oito. El Chavo del ocho. O Diógenes moderno, que mora em um barril e que só abandona a contemplação em nome de um bom sanduíche de presunto.

No tal episódio, alguém aproximava-se de nosso querido senhor Madruga e, a fim de dar-lhe uma lição de moral, dizia que Fulano de tal, em sua idade, já era presidente da República.

Neste ponto, lembro também de Raul Seixas, com seus brilhantes versos:

"mamãe, não quero ser prefeito. Pode ser que eu seja eleito e alguém pode querer me assassinar. Eu não preciso ler jornais. Mentir sozinho, eu sou capaz. Não quero ir de encontro ao azar. Papai, não quero provar nada. Eu já servi à pátria amada e todo mundo cobra a minha luz. Ó, coitado, foi tão cedo. Deus me livre, eu tenho medo. Morrer dependurado numa cruz. Eu não sou besta pra tirar onda de herói. Sou vacinado, sou caubói. Caubói fora-da-lei. Durango Kid só existe no gibi e quem quiser que fique aqui. Entrar pra história é com vocês".

No saudoso blogue O Idiota Analógico, já cheguei a considerar:

"gerações de glória me oprimem com seus padrões inalcançáveis".

Hoje, às novequinze da manhã, alcancei a marca mística dos 33 anos completos.

Wolfgang A. Mozart compunha desde os seis. Arthur Rimbaud atingiu o ápice aos dezessete.

Mitos do roquenrou costumam falecer aos vintessete. Já passei da idade de me tornar um deles.

Ainda assim, aos trintetrês, ainda tenho a chance de ser um... bem...

Sidarta Gautama nasceu como príncipe, em Kapilavastu, capital do reino dos Shákyas, no norte da Índia, no sopé da cordilheira do Himalaia, em meados do século VI a.C..

Sidarta era filho do rei Shudodana e da rainha Maya, que veio a falecer sete dias após ter dado à luz o príncipe. Devido a isso, ele acabou sendo criado por uma tia.

O jovem Sidarta foi criado sob hiper-proteção paterna, devido a uma profecia que dizia que, se ao crescer, Sidarta se tornasse um rei, ele unificaria e dominaria todos os reinos. Já se viesse a abandonar tudo e passasse a trilhar os caminhos de um monge errante, ele se tornaria um Buda, um Iluminado.

Assim, Sidarta cresceu sem ter o mínimo contato com os sofrimentos inerentes à vida humana, tais como o envelhecimento, a doença e a morte.

Aos 29 anos de idade, porém, movido por um desejo insaciável de encontrar a Verdade sobre a existência humana, Sidarta deixa o palácio e se dirige para a floresta, onde passa 6 anos como monge asceta, em companhia de outros 5 monges.

No final desse período de 6 anos de austeridade, ele conclui que não era esse o caminho que o levaria ao Despertar. Deixando de lado esse sistema, passa a praticar e desenvolver, por si só, um tipo de meditação de instrospecção que acaba por levá-lo ao “Despertar da Mente Búdica”, à Iluminação, que consiste em obter o conhecimento correto sobre si mesmo e sobre todas as coisas.

No ponto do despertar, Sidarta Gautama tinha então 35 anos de idade. Foi quando passou a ser conhecido como Shakyamuni, o sábio do povo dos Shákyas, ou como o Buda, o Desperto, o Acordado, o Iluminado.

Até sua morte, aos 80 anos de idade, Shakyamuni, o Buda, procurou transmitir a sua vivência aos outros, que, juntando-se a ele como discípulos, acabaram por formar uma grande comunidade, que acabou por perpetuar os ensinamentos do Buda até os nossos dias.

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segunda-feira, 8 de março de 2010

MULHER, MULHER, MULHER



Veja o clipe oficial

Mulher, mulher, mulher
Mulher, mulher, mulher
Mulher, mulher, mulher
Mulher, mulher, mulher
Mulher, mulher, mulher

A mulher é a mulher
A mulher é a mulher
A mulher é a mulher
A mulher, a mulher
A mulher, a mulher!

Melhor que uma mulher
Só dez mulher
Só dez mulher

Melhor que dez mulher
Só mil mulher
Só mil mulher

Uma mulher, duas mulher,
Três mulher, quatro mulher
Cinco mulher, seis mulher
Sete mulher, oito mulher
Nove mulher, dez mulher

[refrão]
Mulher, mulher, mulher
Mulher, mulher, mulher
Mulher, mulher, mulher
Mulher, mulher, mulher
Mulher, mulher, mulher

A mulher é a mulher
A mulher é a mulher
A mulher é a mulher
A mulher, a mulher
A mulher, a mulher!

Melhor que uma mulher
Só dez mulher
Só dez mulher

Melhor que dez mulher
Só mil mulher
Só mil mulher

Uma mulher, duas mulher,
Três mulher, quatro mulher
Cinco mulher, seis mulher
Sete mulher, oito mulher
Nove mulher, dez mulher

[refrão]
Mulher, mulher, mulher
Mulher, mulher, mulher
Mulher, mulher, mulher
Mulher, mulher, mulher
Mulher, mulher, mulher

Salve a mulher brasileira

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sexta-feira, 5 de março de 2010

UM CORDEL PARA GEORGE ORWELL


BIG BROTHER BRASIL

Autor: Antonio Barreto,

Cordelista natural de Santa Bárbara-BA,
residente em Salvador.

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão 'fuleiro'
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, 'zé-ninguém'
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme 'armadilha'.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bial
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério, não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os "heróis" protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
"professor", Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral...

Isso é um desserviço
Mau exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos "belos" na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos "emburrecer"
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer...

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês, caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então siga, animal.

FIM

Salvador, 16 de janeiro de 2010.

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