segunda-feira, 15 de março de 2010

SHAKYAMUNI E A IDADE DE CRISTO


Hoje, às novequinze da manhã, alcancei a marca mística dos 33 anos de idade.


Lembro vagamente de um episódio do Chaves.

Não o Chaves venezuelano, mas sim o Chaves do oito. El Chavo del ocho. O Diógenes moderno, que mora em um barril e que só abandona a contemplação em nome de um bom sanduíche de presunto.

No tal episódio, alguém aproximava-se de nosso querido senhor Madruga e, a fim de dar-lhe uma lição de moral, dizia que Fulano de tal, em sua idade, já era presidente da República.

Neste ponto, lembro também de Raul Seixas, com seus brilhantes versos:

"mamãe, não quero ser prefeito. Pode ser que eu seja eleito e alguém pode querer me assassinar. Eu não preciso ler jornais. Mentir sozinho, eu sou capaz. Não quero ir de encontro ao azar. Papai, não quero provar nada. Eu já servi à pátria amada e todo mundo cobra a minha luz. Ó, coitado, foi tão cedo. Deus me livre, eu tenho medo. Morrer dependurado numa cruz. Eu não sou besta pra tirar onda de herói. Sou vacinado, sou caubói. Caubói fora-da-lei. Durango Kid só existe no gibi e quem quiser que fique aqui. Entrar pra história é com vocês".

No saudoso blogue O Idiota Analógico, já cheguei a considerar:

"gerações de glória me oprimem com seus padrões inalcançáveis".

Hoje, às novequinze da manhã, alcancei a marca mística dos 33 anos completos.

Wolfgang A. Mozart compunha desde os seis. Arthur Rimbaud atingiu o ápice aos dezessete.

Mitos do roquenrou costumam falecer aos vintessete. Já passei da idade de me tornar um deles.

Ainda assim, aos trintetrês, ainda tenho a chance de ser um... bem...

Sidarta Gautama nasceu como príncipe, em Kapilavastu, capital do reino dos Shákyas, no norte da Índia, no sopé da cordilheira do Himalaia, em meados do século VI a.C..

Sidarta era filho do rei Shudodana e da rainha Maya, que veio a falecer sete dias após ter dado à luz o príncipe. Devido a isso, ele acabou sendo criado por uma tia.

O jovem Sidarta foi criado sob hiper-proteção paterna, devido a uma profecia que dizia que, se ao crescer, Sidarta se tornasse um rei, ele unificaria e dominaria todos os reinos. Já se viesse a abandonar tudo e passasse a trilhar os caminhos de um monge errante, ele se tornaria um Buda, um Iluminado.

Assim, Sidarta cresceu sem ter o mínimo contato com os sofrimentos inerentes à vida humana, tais como o envelhecimento, a doença e a morte.

Aos 29 anos de idade, porém, movido por um desejo insaciável de encontrar a Verdade sobre a existência humana, Sidarta deixa o palácio e se dirige para a floresta, onde passa 6 anos como monge asceta, em companhia de outros 5 monges.

No final desse período de 6 anos de austeridade, ele conclui que não era esse o caminho que o levaria ao Despertar. Deixando de lado esse sistema, passa a praticar e desenvolver, por si só, um tipo de meditação de instrospecção que acaba por levá-lo ao “Despertar da Mente Búdica”, à Iluminação, que consiste em obter o conhecimento correto sobre si mesmo e sobre todas as coisas.

No ponto do despertar, Sidarta Gautama tinha então 35 anos de idade. Foi quando passou a ser conhecido como Shakyamuni, o sábio do povo dos Shákyas, ou como o Buda, o Desperto, o Acordado, o Iluminado.

Até sua morte, aos 80 anos de idade, Shakyamuni, o Buda, procurou transmitir a sua vivência aos outros, que, juntando-se a ele como discípulos, acabaram por formar uma grande comunidade, que acabou por perpetuar os ensinamentos do Buda até os nossos dias.

.

Nenhum comentário: