sábado, 18 de setembro de 2010
UMA QUESTÃO PARA SARKAR
Namaskar, baba.
Inclino-me diante de mim mesmo, projetando a consciência para onde não é dentro ou fora, esvaziando a mente de qualquer resíduo e submetendo o espírito e o olhar a tudo o que maya não seja capaz de nublar, entregando o ego e qualquer anseio por recompensa pessoal, vontade de potência ou coisa que o valha.
Mahaguru,
íntima, sossegada e pacientemente, eu pergunto:
um sadvipra é um bodhisattva com espírito de luta no campo social.
Mas é luta?
É isso mesmo?
Existe algum caminho para a elevação coletiva que não pretenda sacar de seu assento qualquer figura que já tenha ali chegado, tendo-o feito por seus próprios méritos?
Existe um caminho para se ajudar a desenvolver o que há de vipra em cada comerciante, guerreiro, intelectual, trabalhador?
Sim, próprios méritos. Méritos legítimos quando levadas em conta as regras do jogo atual.
Eximo-me de adentrar os meandros das responsabilidades e das paixões humanas. Eximo-me de diferenciar mérito e demérito. Faço isso por conhecer na pele o resultado da aproximação em espírito: é o sofrimento dos mundos inferiores, seja o físico, o material, ou mesmo o psicológico.
Sendo assim, distanciado em espírito e em posição social de qualquer mecanismo formal de poder, pretendendo no máximo uma formal e segura posição lateral de aceitação e consulta,
inclino-me em meditação e pergunto:
espírito de luta?
Aguardo a claridade.
Namastê.
Oceanos de flores.
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