quinta-feira, 7 de outubro de 2010
A REDE SOCIAL UNIVERSAL
Redes sociais.
Preguiça de teorizar. Esses conceitos novos são todos apenas reproduções digitais de conceitos que já tínhamos. Tudo bem, você precisa de alguém que saiba html para fazer algumas coisas. Mas esse malandrinho de nada servirá se não souber o básico das regras gramaticais.
Redes são redes. Percebo que o ser humano tem uma certa travação para ir além das ideias mais estupidamente difundidas, mas convenhamos que redes são redes. Pessoas com interesses em comum acabam se unindo, assim como elétrons se unem a outros com características semelhantes.
Na verdade, o termo universo é muito bom.
Por mais que possamos falar em um multiverso, a ideia de universo serve para mostrar que podemos falar sobre as mesmas coisas sempre, mas partindo de uma escala macro ou microscópica. Já que tudo que existe está contido nesse universo, que tem suas próprias regras e princípios.
A ideia de um universo é fascinante, embora seja pessimamente explorada e compreendida.
Um exemplo simples: se existe um universo, se o universo é uma entidade isolável, uma entidade em si, então ele pode ser visto de fora.
Se o universo pode ser visto de fora, assim ocorre com todos os eventos nele contidos.
O tempo, por exemplo. O que é o tempo?
Simples: o tempo é apenas uma distância grande demais para ser percebida a olho nu.
Como assim?
Ora, se o universo é uma entidade isolável, e se é fruto de explosão ou da eclosão de algo no espaço, ele tem ponto de partida e ponto de chegada. Logo, qualquer corpo, qualquer pedaço de matéria que esteja viajando pelo universo, tem uma direção e um sentido definidos.
Logo, o futuro é apenas um ponto à frente; o passado é apenas um ponto atrás.
É claro, de onde você está, você não vê o futuro. Mas se você pudesse lançar-se para fora do universo, veria seus companheiros partindo do ponto A e seguindo em direção ao ponto B.
Eureka.
Prever o futuro então é impossível? Pior que não. Em tese, não é impossível não.
Veja: se o tempo é, na verdade, espaço, o futuro é um ponto à frente. E o passado é um ponto atrás. Ora, mas se você conhece a trajetória de um corpo, de um pedaço de matéria, e se conhece todas as variáveis que podem influenciar naquele deslocamento, fatalmente você é capaz de "prever" qual será o próximo ponto a que chegará aquele objeto.
O difícil, é claro, é conhecer todas as variáveis. Ainda assim, quanto mais variáveis você domina, mais precisas serão suas previsões.
Sobre prever o comportamento humano, aí a questão se complica: existe o famoso livre-arbítrio.
O livre-arbítrio nada mais é do que a faculdade humana de optar entre diversos desenlaces possíveis para cada situação que se lhe apresenta.
Mas só os possíveis.
Prever o resultado do livre-arbítrio é virtualmente impossível, embora seja possível, através das armas da cultura e do discurso hegemônico, imaginar que tipo de desenlace pode ser preferido a cada situação.
Somos capazes de imaginar, por exemplo, que um militante Taliban, afegão, treinado originalmente pelos Estados Unidos da América para resistir ao avanço soviético, reaja a uma ameaça bélica de maneira diferente do que faria um adepto das ideias de Mohandas K. Gandhi, o 'mahatma'.
Logo, torna-se mais do que evidente: se o futuro não pode ser previsto, sem dúvida ele pode ser construído, provocado, atiçado. Assistimos a isso o tempo inteiro, embora vivamos, a maioria de nós, reféns de um presente que foi construído por terceiros.
Já sobre o passado, há dois deles: um real e outro ficcional.
Um deles é o passado físico, real. Esse é o já citado ponto A, de onde o corpo partiu em um momento anterior. Esse passado realmente existiu.
O segundo passado, ficcional, é o passado mental.
Esse passado é a versão que você leva na mente e no corpo de tudo o que de fato ocorreu. Esse passado é ficcional porque refere-se na verdade a uma impressão que lhe ficou. Algo ocorreu e ficou impresso em você. Essa impressão gera uma ficção, na medida em que ninguém é realmente capaz de apreender tudo o que ocorre à sua volta em um determinado momento. Quando você remonta um passado, você está acessando uma ficção. Pode ser baseada em fatos reais, mas, ainda assim, será uma ficção.
Para que a ideia fique ainda mais clara, perceba que você submete os eventos que ocorrem à sua volta ao filtro da emoção, dos sentimentos. Logo, quando você retorna àquela imagem, àquele evento, sua nova leitura será necessariamente influenciada por esses elementos. Por essa "subjetividade", como preferem os acadêmicos.
Sendo assim, quando você se remete a seu passado, você não o revive. Você literalmente acessa certos fragmentos de memória, emoções e sentimentos que lhe auxiliam a remontar parcialmente aquele momento vivido. Essa memória, esses sentimentos, esse "estar se sentindo daquele jeito de novo" são justamente a impressão.
Uso a palavra impressão com toda a carga de significado que já lhe conferimos. Refiro-me a um processo em que um corpo viaja pelo espaço e vai recebendo carimbos de tudo o que encontra pela frente. De momentos em momentos, esse corpo, aparentemente dotado de alguma auto-consciência - ele sabe que está viajando pelo espaço - decide acessar seus carimbos e conferir o que eles lhe dizem.
Dá para ficar mais claro?
Posso tentar de outras maneiras.
Redes sociais. Ando tentando encontrar alguma utilidade real para esses ambientes. O twitter, confesso, é um exercício de frustração. Textos com tamanho limitado a 140 caracteres são uma prisão. Tanto pior quando a ordem de apresentação dos fragmentos é invertida. Acesse os 'tweets' de alguém e comece a ler a mensagem pelo final.
Já o Orkut, esse ainda mantém alguns ambientes interessantes de troca.
Foi a um desses locais, uma comunidade sobre quasares, que me dirigi outro dia.
Carlos Gustavo
um pequeno modelo do universo
amigos,
quero expor aqui uma 'teoria' e deixo que comentem. sei que não adianta que eu peça compreensão, paciência, isso ou aquilo, pois sei que lido com amigos que ainda não conheço.
prefiro confiar na troca de idéias.
vamos à idéia:
simplifcando o universo em 3-D,
imaginem um disco de vinil. de música mesmo.
imaginem que, no centro do disco, onde há aquele furinho, há o tal do big bang.
imaginem que a cada faixa do vinil, do centro para a periferia, a densidade do meio vai ficando cada vez mais escassa.
no que seria a faixa 1 do vinil, a mais externa, a massa dos corpos seria mínima e a propagação da luz seria máxima.
no que seria a última faixa daquele lado do vinil, a mais central, a concentração de matéria seria quase total e a luz seria difundida muito lentamente.
sim, estou me referindo à fórmula "e= m.c2".
imaginem que, pela mesma fórmula, "m = e/c2".
a massa dos corpos é a energia (do big bang) sendo filtrada pela resistência do meio (vácuo etc.).
imaginem que "c" varia de acordo com a densidade do meio onde a luz é propagada (sabemos que a luz é onda, mas é também partícula. um meio que ofereça mais 'obstáculos' vai influir na velocidade da luz).
por esse modelo, portanto, UM QUASAR seria a energia do big bang sendo sugada de um meio mais denso (através de um buraco negro) e jorrando "do outro lado", em um meio mais rarefeito.
indo além, o big bang estaria exatamente no ponto de onde despontam os quasares. a posição física do big bang se encontra traçando uma reta na direção inversa ao jorro de energia do quasar.
humildemente, aguardo comentários.
obrigado, abraço a todos.
Renato
é um bom modelo simplificado do universo, mas como você deve saber o conceito mais aceito hoje em dia é de que o universo sofre o efeito oposto...ou seja começará a se contrair até voltar ao estado inicial, então o estado menos denso seria provavelmente o nosso...que permite a criação da vida...em alguns poucos bilhões de anos o universo vai provavelmente se tornar novamente denso e quente...mas isso você ja deve saber tbm. =P
...só achei que poderia acrescentar ao seu modelo.
Carlos Gustavo
mais comentários, agradeço.
amigo,
obrigado pelo comentário!
bem, já mostrei esse 'modelo' aqui, além de tê-lo mostrado a uma física nuclear e a um quase-monge hinduísta (um iniciado).
pude mostrá-lo a essas duas pessoas ao mesmo tempo. assim como você, elas também acharam tudo bastante plausível. assim como você, me disseram que boa parte do modelo já é até aceito comumente.
muito bem: agora que o modelo não foi 'ridicularizado', posso comentar que cheguei a ele MEDITANDO.
sim, isso mesmo. eu concluí esse modelo. ele me veio aos poucos, conjugando conhecimentos de vááááários tipos.
agora um outro comentário: parece-me quase impossível supor que o meio de menor densidade de matéria (e maior concentração de energia) seja o nosso. falar sobre isso abriria todo um novo tópico, mas deixo registrado que, para mim, isso não faz sentido. mesmo falando de nosso ambiente, a consciência já é mais leve do que a matéria 'física'. as energias somadas por um grupo de pessoas ("egrégoras") também são mais 'leves' do que a matéria.
acho que presumir ser o nosso ambiente o menos denso é crer inclusive - filosoficamente - que não temos níveis mais sutis para onde migrar.
crer que toda a criação ruma em direção a uma condensação total me parece crer que a vida tende a virar cristal, morte, não vida. parece-me que é crer que a consciência se apaga, que as várias consciências múltiplas tendem a se concentrar em uma só, anulando a diversidade....
no mínimo para efeitos filosóficos, essa crença me parece uma catástrofe. é uma espécie de anti Darwinismo.
em termos mais místicos, essa crença me lembra bastante um discurso atual: esferas angelicais (vistas como MORAIS) são pura ilusão, mas o mundo do além, uma reprodução fiel das mazelas dessa dimensão aqui, é algo a que todos podemos almejar.
não vejo como supor qualquer modelo macroscópico que ignore as realidades microscópicas. há mundos abaixo de nós e acima de nós. sempre, o tempo inteiro. tudo é uma escadinha, mesmo quando comparamos Fulano e Ciclano.
obrigado novamente.
.
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